Diga-me com quem andas e eu te direi quem és! A famosa frase ao lado nem sempre é uma máxima, porém, se seus filhos têm uma relação de profunda amizade com os livros, esse é um excelente sinal.
As queixas de pais, educadores e pesquisadores sobre o desencantamento e afastamento dos pequeninos para com a literatura vem aumentando assustadoramente nos últimos anos.
Geralmente, a culpa recai sobre a intensa e desleal concorrência com a tecnologia e o atraente prazer que ela causa em todas as gerações. Aliás, esse é um aspecto a ser considerado. Não só jovens e crianças estão deixando os livros de lados, mas adultos que, em algum momento, já tiveram essa extraordinária experiência também estão entrando para o clube dos divorciados literários.
Longe de execrar os frutos da tecnologia, que obviamente garante milhares de benefícios, talvez o principal problema resida na falta de exemplos em casa. Famílias leitoras geram filhos leitores. Costumeiramente, há uma transferência de responsabilidades à escola e o prazer pela leitura ocupa os primeiros lugares da lista.
Considerando que, de fato, o Ensino Fundamental inicia-se aos seis anos no Brasil, esse é um tempo muito grande para que os estudantes tenham o primeiro contato mais íntimo com os livros. Se a maioria das vivências infantis até essa idade ficou longe da exploração literária, é provável que o caminho tenha muitos percalços e o resultado não seja positivo.
Portanto, é chegada hora dos adultos entenderem a seriedade do problema e enxergar que o exemplo começa em casa, definitivamente. Mentes leitoras são mais criativas, inquietas e principalmente questionadoras. Esse último item é primordial para uma sociedade que busca mudanças políticas, sociais e econômicas.
A cada novo livro, novas portas são abertas, não havendo limites para inspirar novas criações. Além disso, melhora-se as funções cerebrais, aumentando a habilidade de leitura e compreensão*.
Porém, esse universo pode jamais ser explorado pelas crianças se os adultos que estão ao seu redor não apresentarem esse macrocosmo aos pequeninos desde os primeiros anos de idade. Na relação entre as crianças e os livros, não há perda alguma, apenas benefícios.