No dia 4 de março em Miami, ocorreu a première do filme “Heleno”, estrelado e produzido por Rodrigo Santoro e dirigido por José Henrique Fonseca. A cinebiografia conta a história do grande jogador de futebol Heleno de Freitas, que nasceu em São João Nepomuceno-MG no dia 12 de fevereiro de 1920 e mais tarde veio morar no Rio de Janeiro, após falecimento de seu pai.
Vestiu a camisa de vários clubes como Boca Juniors, Santos e Vasco, mas experimentou grande sucesso com a camisa do Botafogo nos anos de 1940. Pelo alvinegro foram 235 jogos e 209 gols, pela seleção foram 18 jogos e 15 gols e quis o destino que a 2ª Guerra Mundial impedisse o mundo de conhecê-lo, as Copas de 1942 e 1946 não ocorreram.
Sem dúvida uma grande carreira, mas Heleno não chega hoje às telas simplesmente por seu futebol majestoso, seu gênio intempestivo e sua vida na noite carioca chamaram igualmente atenção de torcedores e imprensa da cidade maravilhosa. Sua carreira foi marcada por inúmeros vícios, de drogas como lança-perfume, éter ao álcool e uma tentativa de se auto-eletrocutar em um treinamento do Botafogo.
Heleno ia do céu ao inferno, assim como as frases marcantes de sua vida: “Eu era mais feliz quando tinha raiva” e “Eu sou a própria vontade de vencer”. Para finalizar este triste parágrafo, Heleno teve complicações com sífilis, que veio a comprometer seu sistema nervoso, e, no ano de 1959, em um sanatório de Barbacena-MG onde havia se internado seis anos antes, em 1953, veio a falecer.
Mas, ao contrário do que muitos artigos recentes têm abordado, Heleno não deve apenas ser lembrado pelas palavras do parágrafo acima, mas sim por aquilo que mais gostava de fazer, “jogar bola”.
Não que as falhas, vícios de um ser humano deva ser retirada de sua história, pois também fazem parte da vida, mas o seu futebol era algo extraordinário, assim conta os que o viram. Nem as diversas expulsões que recebeu em campo conseguem apagar isso.
Mais do que um artista da bola ou craque galã, perpassando pela construção de imagens, que se dão ao longo do tempo e que todos nós sabemos que existe, Heleno viveu seus dias com intensidade e como alguém que está sujeito aos prazeres e dificuldades de vida, onde em tudo há um preço a se pagar.
Mais do que servir de exemplo aos atuais jogadores de futebol, a vida de Heleno, agora em filme, deve ser admirada! Talvez a sua história não seja mais triste que a de Garrincha e nem mais alegre que a de Pelé, mas foi uma vida ímpar, que não merece comparação, apenas merece ser “Heleno”.