Dia D: quando a praia não foi lugar para férias

Em um país tropical como o Brasil, em que o sol brilha em nosso litoral praticamente o ano inteiro, passar as merecidas férias na praia é o sonho de consumo de muitos e não associá-la à diversão, descanso e beleza é uma tarefa quase impossível de se colocar em prática.

Mas, se mergulharmos no contexto do final da Segunda Guerra Mundial, relacionar praia à alegria e lazer é algo bem árduo. Isso porque na parte europeia do grande último conflito em escala global, muitas das gigantescas batalhas foram travadas nos litorais, mares e oceanos da França, Alemanha, Inglaterra, Itália, Rússia, EUA e Japão, para nos atermos aos principais países dos blocos em conflito.

Dentre os que mais nos chamam a atenção, estão os desembarques da Normandia, região da França, que naquela ocasião estava tomada pelos nazistas, também conhecidos como Operação Overlord e Operação Netuno. Segundo o site oficial do Exército americano, o chamado Dia D, foi realizado pelas tropas aliadas em seis de junho de 1944 e contou com aproximadamente cento e sessenta mil soldados, com o apoio de seis mil navios e treze mil aviões.

Juntaram-se para aquela grande ação militar os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Polônia, Noruega, Austrália, Nova Zelândia, Luxemburgo, Dinamarca, Bélgica, Grécia e República Checa, para combater Alemanha de Adolf Hitler.

Os setores de ataque receberam codinomes de Praia de Omaha, Utah, Juno, Gold, Sword e Pointe du Hoc. A batalha de “Omaha Sangrenta” que ocorreu na praia de Colleville foi uma das mais terríveis, principalmente devido a forte resistência nazista naquele setor com um litoral de 8 km, indo de Sainte-Honorine-des-Pertes a oeste de Vierville-sur-Mer na porção direita do estuário do rio Douve. Especula-se que o número de mortos tenha chegado a 4.200, embora não se tenha dados exatos.

Dia D

O evento em Omaha foi tão significativo que inspirou alguns filmes de sucesso como O Resgate do Soldado Ryan e O Mais Longo dos Dias. Stephen E. Ambrose também escreveu o livro “O Dia D — 6 de Junho de 1944”. Duas outras grandes obras retrataram com maestria a invasão na França: “O mais longo dos dias” de Cornelius Ryan e “Dia D — Amanhecer de Heróis — O Heroico Desembarque das Tropas Aliadas na Normandia” de Nigel Cawthorne.

A banda britânica de heavy metal Iron Maiden também dedicou uma de suas composições do álbum “A Matter of Life and Death” chamada “The Longest Day” para a grande campanha militar realizada.

A operação durou quase três meses até que os Aliados conseguissem adentrar em Paris e retomar a França. Os sites ddaymuseum.co.uk e nationalww2museum.org, especializados no Dia D e na Segunda Guerra Mundial, informam que cerca de 445 mil pessoas entre civis e soldados tenham sido mortas.

E embora naquele contexto as praias francesas não fossem indicadas para alguns dias de lazer, hoje é possível fazer um tour pelas localidades que presenciaram a grande invasão, além de conhecer cemitérios de soldados que morreram em campo de batalha e museus sobre o acontecimento em uma faixa que se estende aproximadamente por 100km.

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Publicado por

Mateus Sacoman

Professor universitário, historiador e músico.

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