Não é um assunto relativamente novo, mas quando consideramos todos os habitantes do Brasil, descobrimos que esta não é uma nação que costuma ler muitos livros. Obviamente exceções não faltam, inclusive o ambiente desta revista é uma das exceções, onde encontramos autores e leitores que leem muito.
No entanto, não há como fugir deste problema. Segundo dados do Ministério da Cultura divulgados no artigo Dia do Leitor, em 06 de janeiro de 2012, a média anual de leitura é de 1,3 livros por pessoa, segundo o Instituto Pró-Livro. O governo brasileiro quer subir essa média para 4 livros.
Embora esse pequeno número seja alarmante, um outro dado que me surpreendeu veio da Fundação das Biblioteca Nacionais, segundo a FBN, existem no Brasil 96 milhões de leitores e apenas 30 milhões compram livros. Acreditava que esse número de compradores de livro não fosse nem 15% destes números divulgados.
Existem ações já implementadas desde o ano passado e outras que ainda serão. Uma delas é o cadastramento das editoras pela FBN, visando um barateamento no preço dos livros, já são 10 mil títulos passíveis de serem comercializados a um pequeno valor, R$ 10.
O Ministério também iniciou a modernização e o aumento de acervo de algumas bibliotecas públicas do país com um investimento de 40 milhões. Vale ressaltar também que ente as ações desenvolvidas desde 2011 está a construção de 340 bibliotecas nas Praças de Esporte e Cultura.
Vejo com bons olhos todo este investimento, embora seja bem pequeno comparado a outras áreas, mas o grande problema está no estímulo, no prazer à leitura e isso precisa ser muito trabalhado nas pré-escolas e principalmente dentro das famílias.
Ainda que seja algo utópico, pais leitores têm filhos leitores, principalmente se houver estímulo dentro da sala de aula. E então, esses investimentos serão de grande serventia, pois conheço bibliotecas municipais que o movimento é extremamente pequeno e os livros só não estão às traças porque, pelo menos, existe cuidado com eles.
Acredito também que a internet e a possibilidade da leitura de livros digitais podem contribuir para o aumento da leitura, mas esse aumento precisa ser acompanhado de “qualidade da leitura”.
Não basta ler qualquer livro e neste ponto acabo “puxando a sardinha para o meu lado”, pois os livros de história deveriam ser mais lidos. Não falo de história do Brasil, da Idade Média, mas sim da possibilidade de leitura de livros da área de cada um, por exemplo, hoje é possível encontrar livros sobre a história do desenvolvimento da matemática, economia, esportes, direito, medicina e até das redes sociais.
Opções não faltam, basta você encontrar aquilo que lhe agrada mais. Além dessa leitura, acrescentaria as leituras de ficção, mas principalmente àquelas que abordam, com teor crítico, o contexto em que foram produzidas.
Este processo de aumento de leitura e da qualidade dela, é algo que já pode ser implantado, como em parte está, mas seus frutos serão colhidos apenas mais a frente. Não escrevi muito sobre a importância da leitura, pois acredito que os leitores deste texto já estão plenamente informados sobre isso.
Enfim, é imprescindível que as crianças já comecem a tomar contato com a possibilidade da leitura desde pequenas, corroborado com a ação dos “pais leitores” e que os investimentos não caíam, mas sim aumentem para que possamos ser um país de bons leitores.